domingo, 3 de março de 2013

#1 ensaio de texto


Eu quero que você se sinta mal. Quero que ande na chuva pela cidade, a noite. Que seus sapatos fiquem encharcados, deixando você consciente de cada passo incerto, sem rumo, que dá. Sozinho, sem ninguém para te amparar, com medo de virar a esquina e não encontrar ninguém. Ou de te encontrarem nessa situação deprimente. Medo de voltar, de ficar. Quero que persiga desconhecidos pelas calçadas de lugar algum, fingindo à si mesmo ser minimamente acolhido. E quando tiver uma pequena prova do amargo que é meu desespero, me veja.
Eu deixo você se sentar nesse muro de onde te observava, podemos repartir meu guarda-chuva florido. Ver os carros passarem e lembrar que não somos nada, como eles sempre me lembram, quando correm tão rápido... E então lembre-se que ninguém me ofereceu abrigo algum e que, mesmo eu não sendo nada, esse mundo torto também é meu. Assim como as flores desse guarda-chuva.

Eles ficam mais bonitos quando chove, os faróis.

0 comentários:

Postar um comentário